Tudo sobre vaginismo
O vaginismo é uma doença que afeta cerca de 0,5% da população feminina mundial, mas que pode não ser conhecida ou percebida por muitas mulheres. Seu principal sintoma é a dor na penetração durante as relações sexuais, que pode ser desencadeada tanto por fatores físicos quanto emocionais.
Confira agora tudo sobre vaginismo para saber mais sobre esse problema, suas causas e seu tratamento.
O que é o vaginismo?
O vaginismo se trata de uma doença caracterizada pela dor ao ter relações sexuais. Ela afeta cerca de 3% a 5% da população do sexo feminino, e é causada, na grande maioria das vezes, pelo estresse excessivo ou medo.
Quem é acometida por essa doença apresenta espasmos musculares involuntários, o que impede a penetração vaginal e gera dor, desconforto ou até mesmo impossibilita o ato sexual. O vaginismo pode se apresentar na primeira relação sexual, causado pelo medo irreal de que a penetração machuque.
Esse distúrbio não afeta somente a vida sexual: pode ser difícil ou até mesmo impossível usar absorventes internos e realizar exames ginecológicos. Ao tentar inserir objetos, os músculos do assoalho pélvico se contraem, o que resulta em dor, espasmos musculares generalizados e até mesmo interrupção temporária da respiração.
O pubococcígeo é o grupo muscular afetado pelo vaginismo, que se trata de um músculo que vai desde o osso púbico até o cóccix. Ele se encontra tanto no sexo feminino quanto no masculino, e é responsável por formar o assoalho da cavidade pélvica, e ajuda a urinar, no parto, movimentos intestinais, relações sexuais e orgasmo.
O vaginismo pode levar a frustração, angústia e dificuldades pessoais e conjugais, por isso, o tratamento é tão importante para as mulheres que apresentam a doença.
Fatores de risco do vaginismo
Os fatores de risco relacionados ao vaginismo incluem histórico de agressão sexual, vaginite, episiotomia prévia e endometriose.
O diagnóstico da doença é feito pelo médico, que realiza um exame clínico, e para iniciar o tratamento, é importante que a mulher não possua problemas anatômicos e físicos, e que tenha o desejo de penetração.
Causas do vaginismo
O vaginismo é uma doença causada por estresse, que podem ser desencadeados por gatilhos emocionais ou físicos. Os sintomas podem surgir até mesmo antecipadamente, em que a mulher começa a sentir dor apenas por pensar na penetração.
Uma das maiores causas do vaginismo é a ansiedade fóbica, que muitas mulheres possuem por conta da educação sexual punitiva ou constrangedora. Os gatilhos emocionais incluem o medo, ansiedade, problemas no relacionamento, eventos traumáticos e experiências de infância.
O que pode ser um gatilho físico?
Os gatilhos físicos que desencadeiam o vaginismo, incluem:
- Infecção do trato urinário ou por fungos;
- Doenças como o câncer;
- Parto ou cirurgia pélvica;
- Menopausa;
- Lubrificação vaginal e preliminares insuficientes;
- Efeito colateral de medicamentos.
Esses gatilhos podem ser tratados principalmente com o auxílio de um especialista sexólogo, profissional mais recomendado para o caso.
Quais os tipos de vaginismo?
Existem tipos diferentes de vaginismo: o vaginismo primário e o secundário. Ambos podem atingir mulheres de todas as idades, no início da vida sexual ou ao longo dela. Confira abaixo quais são as características dos dois tipos.
Vaginismo primário
O vaginismo primário costuma ser percebido por volta dos 20 anos, idade em que se inicia o uso de absorventes internos, relações sexuais e exames preventivos.
A mulher se torna consciente do vaginismo ao tentar sua primeira penetração, mas os motivos por trás do distúrbio podem ser desconhecidos. Os principais fatores que podem causar o vaginismo primário são:
- Vestibulite vulvar ou vulvodinia, uma inflamação secundária em que a dor não é sentida até que a penetração for tentada;
- Infecções no trato urinário ou fúngicas;
- Abuso ou tentativa de abuso sexual;
- Ser testemunha do abuso sexual de outra pessoa;
- Violência doméstica ou conflitos do tipo que podem ter sido presenciados no ambiente familiar;
- Medo excessivo da dor na primeira penetração;
- Comportamento de evitar a dor;
- Traumas fisicamente invasivos;
- Ansiedade generalizada ou estresse;
- Educação extremamente conservadora;
- Reações negativas ao estímulo sexual, como nojo.
Esses são os fatores que causam o vaginismo primário.
Vaginismo secundário
O vaginismo secundário é quando a pessoa o desenvolve mesmo após já ter tido relações sexuais sem dor ou desconforto. Ele pode ser causado tanto por fatores físicos quanto emocionais, listados abaixo:
- Medo de perder o controle;
- Falta de confiança no parceiro;
- Histórico de abuso ou tentativa de abuso sexual;
- Traumas durante o parto;
- Infecções do trato urinário ou fúngicas;
- Padrões sexuais inatingíveis, gerado pelo consumo de materiais pornográficos ou de abstinência;
- Medo de a vagina não possuir profundidade suficiente;
- Medo do órgão genital do parceiro ser muito grande;
- Autoconsciência relacionada a imagem corporal;
- Sexualidade negada ou ainda não descoberta.
Esses são os fatores causadores do vaginismo secundário, e ao ter sinal de qualquer um deles, buscar ajuda é mais que necessário.
Quais sintomas do vaginismo?
O vaginismo pode apresentar sintomas variados, que se manifestam de formas diferentes de mulher para mulher. Geralmente são:
Dispareunia, a relação sexual dolorosa. Pode gerar aperto, queimação e ardência;
- Dor ao tentar colocar um absorvente interno;
- Dor na realização de exames ginecológicos;
- Dificuldade para penetração durante as relações sexuais;
- Espasmos musculares ou dificuldade de respirar durante as relações sexuais.
A dor pode ser leve, moderada ou grave, mas não impede que a mulher se sinta excitada, apenas que evite a penetração vaginal ou fique ansiosa ao pensar no ato.
Durante um exame ginecológico, uma mulher com um caso grave de vaginismo pode apresentar sintomas como sudorese, tremores, náuseas, vômitos e até mesmo perda da consciência.
É importante procurar ajuda médica logo quando notar os primeiros sintomas, para o bom andamento do tratamento e o não agravamento do quadro.
Como é realizado o tratamento do vaginismo?
O diagnóstico do vaginismo é feito através de um exame pélvico, além da análise do histórico médico da mulher. O tratamento pode envolver psicólogo, urologista e sexólogo, o que depende da sua causa.
O objetivo do tratamento para o vaginismo é diminuir todo o tipo de medo e o aperto automático dos músculos.
Exercício de controle
O controle do assoalho pélvico inclui exercícios de Kegel, com atividades de relaxamento e contração muscular. São exercícios que ajudam a obter um melhor controle dos músculos do assoalho pélvico.
Educação
A educação e o aconselhamento desempenham um papel importante no tratamento do vaginismo. Através dela, a mulher entende melhor sobre a sua anatomia e seu ciclo de resposta sexual, o que a ajuda a compreender melhor o seu próprio corpo e os processos que ele passa.
Psicoterapia
Na psicoterapia é possível se expressar e tratar os fatores emocionais relacionados ao vaginismo. A consulta com o sexólogo também pode ser de grande ajuda.
Treinamento de inserção ou dilatação
Esse treinamento é feito quando a mulher já não possui mais tanta sensibilidade à penetração. É usado um dilatador de silicone ou uma outra inserção em formato de cone, que é inserido por cerca de 10 a 15 minutos, o que permite os músculos a se acostumarem com a pressão.
O vaginismo é uma doença que afeta muitas mulheres e pode diminuir a sua qualidade de vida. É importante procurar ajuda médica para tratar os sintomas relacionados à doença, o que pode incluir diferentes especialistas, como urologista, psicólogo e sexólogo.
O tempo de tratamento depende da mulher e da causa do distúrbio, mas dificilmente precisa da realização de cirurgia.