Tudo sobre tratamentos de Fertilidade
Quando um casal se sente preparado para ter um filho, é comum que surjam algumas dificuldades ao longo do caminho como a dificuldade de chegar com sucesso em uma gestação. Em termos mais práticos, se um casal está tentando acerca de um ano e não obteve sucesso ou teve dificuldades em seguir com a gravidez pode ser que existam problemas de fertilidade.
Felizmente, com o auxílio das técnicas utilizadas na medicina cada vez mais modernas, é possível identificar as causas que podem dificultar o processo e revertê-las para que o casal consiga engravidar normalmente.
A infertilidade não é causada apenas por fatores fisiológicos como a dificuldade de produzir espermatozoides e ovários, ou até mesmo produzir essas células com qualidade, mas também por fatores externos que podem atenuar essas circunstâncias como hábitos que levam a estilos de vida nada saudáveis que acabam por interagir diretamente com as nossas células reprodutoras.
Como saber se precisa de tratamento de fertilidade para engravidar?
A chamada infertilidade feminina se dá quando, no casal, o homem não é o motivo pelo qual não se chega à gestação. Conforme a OMS (Organização Mundial de Saúde) a infertilidade tem 40% de causa feminina, 40% masculina e 20% recai sobre ambos.

À medida que a mulher vai envelhecendo menores são as chances da fecundação ser bem sucedida. Até os 26 anos, a mulher tem um média de 25% de chance de engravidar, mas quando chega aos 40 essa porcentagem decai para 5%.
Além do fator idade, fatores como a reserva de ovários e a qualidade deles se torna menor com o passar do tempo, já que as mulheres nascem com todos os seus ovários prontos (cerca de 400 mil) e os liberam ao longo da vida (cerca de mil por mês).
O que é o tratamento de fertilidade para engravidar?
Os tratamentos de fertilidade são tratamentos — realizados por médicos especialistas em fecundação como urologistas e ginecologistas — são feitos especialmente para casais que tentam, por métodos naturais, ter filhos em um período de 12 meses sem sucesso.

Essas tentativas frustradas podem se dar desde a qualidade dos óvulos ou espermatozoides, até mesmo à produção deles. No caso dos homens, até a mobilidade das suas células reprodutivas é considerada fator de infertilidade.
Como é realizado o tratamento de fertilidade masculina?
Para homens, é necessário realizar um espermograma — solicitado através de um urologista — para analisar a mobilidade dos seus espermatozoides. Caso o problema não esteja nem na contagem, nem na qualidade, e tampouco na mobilidade dos espermatozoides é necessário analisar outras condições que podem colaborar para essa esterilidade.
Conforme a OMS, 40% dos casos de infertilidade são masculinos. É importante, entender, que infertilidade não necessariamente é algo definitivo, e se tratado antes dos 50 anos principalmente podem facilmente ser revertidos.
Uma das principais causas da infertilidade masculina é a baixa produção de espermatozoides.
O ideal, é que cerca de 20 milhões de espermatozoides sejam liberados por mililitro de esperma, fazendo com que 50% dos espermatozoides tenham capacidade para se mobilizar até o óvulo para fecundá-lo.
Fatores como alterações hormonais, uso de drogas como álcool e tabaco em excesso, obesidade e processos inflamatórios também podem influenciar nesse processo.
Com a ajuda de um urologista, é possível identificar as causas da infertilidade. É necessário, no entanto, que o homem possua apenas uma mesma parceira num período de um ano para começar a se considerar um caso de infertilidade.
Um espermograma consegue detectar a infertilidade, mas caso não justifique a possível esterilidade é necessário que o médico analise outros fatores externos.
Caso o problema não esteja na contagem de espermatozoides móveis, é necessário que as condições subjacentes que provoquem a infertilidade sejam tratados primeiro antes de se iniciar um tratamento para fertilidade.
Planejar as relações sexuais também é um método recomendável pelos médicos, ainda mais se acompanhado dos dias em que a mulher se encontra no período fértil. Além disso, tratamento psicológico também é recomendável já que a pressão emocional pode afetar diretamente a qualidade e a produção do sêmen.
Qual o tratamento de fertilidade feminina?
Uma das formas mais recomendadas para quem tenha dificuldades de engravidar — ou até mesmo seja estéril — é a FIV (Fertilização In Vitro), em que a fertilização ocorre no laboratório possibilitando embriões que apenas precisem ser implantados no útero em questão. Outra alternativa, que até pode ser utilizada em conjunto com a FIV, é a videolaparoscopia — um procedimento cirúrgico pequeno, não invasivo, e que aumenta a qualidade da saúde do útero e das tubas uterinas deixando-os livres de possíveis obstruções.
Em caso de apresentar miomas e pólipos, é recomendável uma vídeo-histeroscopia, podendo ser tanto um exame diagnóstico quanto um procedimento cirúrgico para a retirada dos miomas e pólipos (além das sinéquias uterinas) que podem estar comprometendo a saúde do sistema reprodutor.
Existem alimentos que atrapalham na fertilidade e no tratamento?
Alimentação: Uma alimentação saudável e equilibrada é bom não somente para casais tentantes, mas para todos. Um casal tentante que tenha uma alimentação saudável e regrada acaba por estimular a maturação dos óvulos, a qualidade dos espermatozoides.
Alimentos ricos em antioxidantes, anti-inflamatórios, vitaminas do complexo B, vitamina E e vitamina C são ideais.
Vinho, uvas, cafeína, o fitato presente em feijões e na soja, além de espinafre, cacau e outros refrigerantes também podem colaborar com uma menor absorção de ferro.
Frutas ricas em vitamina C (limão, tangerina, kiwi e abacaxi) podem auxiliar na absorção de ferro.
Esses alimentos colaboram com a produção e com a qualidade dos gametas masculinos (espermatozoides) e femininos (óvulos).
Qual a influência de hormônios na fertilidade?
Os hormônios são sustâncias produzidas, secretadas ou simplesmente sintetizadas no nosso organismo e regulam todas as nossas funções. No caso da tentativa de gravidez, alguns hormônios sexuais são vitais para que a gestação siga de maneira saudável até o final (tanto para a mamãe quanto para o bebê).
Quais hormônios indicados no tratamento de fertilidade?
É possível tratar a fertilidade com o uso sintético de hormônios que servem para melhorar a qualidade dos gametas, auxiliar em situações em que há um desequilíbrio hormonal (para mais ou para menos) que afeta a percepção do corpo da mulher sobre uma gravidez real e até mesmo auxiliar fatores fisiológicos que possam estar impedindo o sucesso das células.
Fatores como endometriose, hipertireoidismo, hipotireoidismo e doenças crônicas (graves ou não) afetam a produção dos hormônios, e têm uma ligação direta com a qualidade com que essas células são produzidas também. Até mesmo hábitos, sejam eles saudáveis ou não, afetam a liberação dos hormônios que são normalmente indicados para tratamento de fertilidade.
Progesterona
A progesterona é um hormônio feminino essencial na gravidez, já que é ele o responsável por preparar o endométrio (a parede do útero) para receber o embrião.
Quando grávida, os níveis desse hormônio crescem na mulher para assegurar que a gravidez chegue até o final, além de ser responsável para que as glândulas mamárias estejam prontas para produzir leite com a chegada do bebê.
Em caso de deficiência na produção desse hormônio, pode ocorrer a falha na fixação do embrião na parede do útero e acabar proporcionando diversos abortos espontâneos.
Estrogênio
Colabora com o desenvolvimento físico e sexual das mulheres, além de fazer parte da gestação, parto e amamentação. Também atua como responsável pelo amadurecimento do óvulo para facilitar o encontro com o espermatozoide.
Identificar alguma deficiência na produção desse hormônio pode indicar ovários policísticos, que podem ser tratados com anticoncepcionais — é importante, caso o tratamento seja feito com anticoncepcionais, que tenha um acompanhamento da ginecologista para que a retirada da pílula anticoncepcional seja feita de maneira gradual e responsável, para que não impeça o sucesso da gestação, já que o anticoncepcional realiza o efeito contrário do que casais tentantes desejam.
LH e FSH
O LH (hormônio luteinizante) e o FSH (folículo estimulante) atuam como responsáveis pelo amadurecimento e liberação do óvulo. Eles estimulam o crescimento do folículo (revestimento que envolve o óvulo antes do período de ovulação), e o LH em especial sinaliza a provável liberação do óvulo.
A produção excessiva de FSH pode provocar uma reserva baixa de óvulos, e até mesmo falência ovariana — quando não há mais a produção de óvulos, podendo ser reversível ou não dependendo da causa que provoca esse excesso.
TSH
Produzido pela tireoide, estimula o funcionamento dos ovários e também do amadurecimento dos óvulos. Se a mulher apresentar hipertireoidismo (produção excessiva de TSH) ou hipotireoidismo (produção insuficiente) pode afetar diretamente as chances de gravidez, já que os hormônios produzidos pela glândula tireoide interagem diretamente como o estrogênio e a progesterona.
Vale salientar que a produção insuficiente de TSH — conhecida como hipotireoidismo — pode provocar um ganho de peso, assim como o hipertireoidismo pode provocar um peso abaixo do ideal. Manter um peso saudável consoante ao seu IMC (Índice de Massa Corporal) é essencial para colaborar com a saúde da mãe e do bebê durante a gestação.
Qual hormônio impede a gravidez?
A produção insuficiente de todos os hormônios mencionados acima (progesterona, estrogênio, LH, FSH e TSH) podem colaborar com a interrupção da gravidez, mas a prolactina pode interromper a gravidez quando produzida em excesso.
Isso se dá, porque a produção excessiva de prolactina durante a tentativa de uma gravidez sinaliza para o resto do corpo que aquela mulher está amamentando, portanto, não está apta a engravidar.
Ou seja, o organismo entende que não é necessário promover o estímulo dos folículos ovarianos, provocando a falta crônica do período de ovulação e, por consequência, a infertilidade.
Conclusão
A infertilidade é, portanto, muitas vezes fruto de hábitos não saudáveis como tabagismo, consumo excessivo de álcool, e também o uso de substâncias ilícitas. O estilo de vida que o casal leva afeta diretamente os seus sistemas reprodutores e pode ou não afetar negativamente no potencial de sucesso das tentativas.
É importante que tanto o homem quanto a mulher criem uma rotina saudável, se alimentem de maneira equilibrada e mantenham tanto a saúde física. Também é essencial que se tenha o hábito de realizar um check up da saúde reprodutiva, tanto para se planejar caso o bebê seja um plano para um futuro distante.
O check up da sua saúde reprodutiva — sempre realizados por profissionais da saúde especializados em saúde reprodutiva como urologistas e ginecologistas — permite que você identifique situações que poderiam ameaçar o sucesso da tentativa, e neutralizá-las logo e até mesmo potencializar a qualidade das suas células reprodutivas para garantir uma maior chance de sucesso e de uma gravidez saudável.
Ainda que fatores como idade avançada, especialmente nas mulheres cuja capacidade reprodutiva decai mais rapidamente do que a do homem, existam eles podem ser facilmente resolvidos com tratamentos de fertilização assistida (FIV, coito programado e até mesmo prescrição de hormônios são exemplos desse tipo de tratamento) e a mulher pode engravidar sem problemas.