Tudo sobre infecção urinária na gravidez
Estar gestante requer cuidado em dobro, afinal, uma infecção urinária na gravidez, não é tão simples quanto antes. Em uma mulher não grávida, é uma doença comum que pode ser tratada sem causar grandes preocupações, mas em uma gestante, o alerta deve estar acionado.
As mudanças anatômicas e fisiológicas são constantes ao decorrer das semanas de desenvolvimento do bebê. Com isso, a mulher precisa estar adapta as novas mudanças que deve enfrentar e se atentar as recomendações exigidas.
São inúmeros fatores que uma futura mamãe precisa se preocupar, por isso, separamos todos os esclarecimentos que você necessita entender sobre esse assunto.
O que é a infecção urinária na gravidez?
A infecção urinária na gravidez é a mesma doença que acontece sem a presença da gestação, que ocorre quando bactérias adentram o trato urinário e se proliferam. Com isso, atingem os órgãos desse sistema, como a bexiga, e geram sintomas desagradáveis ao urinar.
Se o problema atinge a bexiga, é conhecido como cistite, no rim chama-se pielonefrite e se ficar só na parte da uretra chama-se uretrite. Quando mais longe da uretra estiver a infecção, mais demorado será o tratamento, porque significa que está em um estágio mais avançado.
A uretrite possui um tratamento mais rápido, por estar na fase inicial. Mulheres com outras doenças devem ficar atentas e informar ao médico sobre essas questões. Doenças como diabetes ou que diminuem o sistema imunológico, podem gerar um ambiente mais propício à infecção urinária na gravidez.
Quais os sintomas de infecção urinária na gravidez?
Uma infecção urinária na gravidez vem acompanhada de sintomas como:
- Sentir ardência ao urinar;
- Dificuldade para eliminar a urina;
- Febre;
- Dor na parte mais baixa do abdômen;
- Desconforto durante a relação sexual;
- Aumenta a quantidade de idas ao banheiro;
- Urina escura e com odor forte.
Em certos casos, é possível ter a pus e até sangue. Todos esses sintomas devem ser informados no dia de sua consulta, para que o médico dê um diagnóstico preciso.
Pessoas com infecção já instalada nos rins apresentam dores intensas na lombar, cansaço, calafrios e febre alta.
Quais os riscos da infecção urinária na gravidez?
Se for identificada e tratada rapidamente por um médico, não traz riscos ao bebê. Porém, se houver um agravamento dessa situação, pode levar a um aborto espontâneo, pneumonia, nascer abaixo do peso normal, asma durante a infância ou até mesmo parto prematuro, dentre outros problemas graves.
Ao chegar aos rins, as bactérias podem ocasionar consequências mais graves, e a falta de tratamento, ou se feito de maneira incorreta, é capaz de causar complicações ainda maiores a saúde.
Causas da infecção urinária na gravidez
Qualquer mulher pode ter uma infecção urinária. O primeiro fator que facilita essa infecção é o curto trajeto de nosso trato urinário. Nossa urina é estéril, ou seja, livre de microorganismos. Mas há algumas ações que podem fazer que as bactérias presentes no lado de fora, próximo à uretra e outras superfícies entrem.
Nas mulheres a uretra, canal onde sai a nossa urina, está próxima ao ânus. Se não seguirem a maneira correta de limpar as partes íntimas ao ir ao banheiro, podem se infectar. O correto é manter a limpeza de frente para trás e nunca ao contrário. Pois, se fizer da maneira errada irá se contaminar com as bactérias presentes em seu intestino.
A bactéria mais comum encontrada em exames é a E.Coli. Então certifique-se de se limpar e até mesmo se lavar após a evacuação.
Mudanças no corpo
Conforme o corpo da gestante começa a sofrer alterações, devido aos hormônios, algumas características deixam o corpo mais frágil imunologicamente. Mudanças anatômicas, como o crescimento do neném no útero, ocasionam uma pressão maior sobre a bexiga, o que aumenta a vontade fazer xixi.
Um dos hormônios mais importantes é a progesterona, a qual é responsável por relaxar os músculos lisos para manter o feto dentro do corpo. Com isso, atua também na bexiga, a qual pode ficar obstruída e gerar uma dificuldade para esvaziar completamente.
Por ter um ser humano pequeno ali dentro do corpo, os rins também ficam sobrecarregados e fazem maior filtração.
O fluido urinário passa a liberar mais glicose do que potássio e outros componentes. Isso influencia diretamente no pH da urina, o que a deixa mais alcalina e propensa ao crescimento de bactérias, por estar com a sua atividade antibacteriana reduzida.
Relações sexuais
Uma grávida saudável pode manter relações sexuais tranquilamente com o seu parceiro. No entanto, esse ato em si ajuda a empurrar as bactérias uretra adentro. Com o movimento de sair e entrar, as bactérias presentes ali fora começam a se multiplicar, e para evitar esse cenário, o ideal é fazer a higiene adequada do local, fazer xixi antes e depois do sexo.
Durante a penetração vaginal, já pode ocorrer de impulsionar as bactérias para uretra. Mas se houver penetração anal, não deixe que ocorra penetre na vaginal sem a troca da camisinha ou higienização. Mesmo com o ânus higienizado, pode haver resquícios e bactérias presentes.
Como realizar diagnostico da infecção urinária na gravidez?
A infecção urinária pode ser sintomática, a qual a gestante se queixa de desconforto, e assintomática. Normalmente, o médico já pede exames nas primeiras consultas, mas o indicado é você falar sobre o que sente, para ele pedir um exame de urina e verificar a causa.
O primeiro exame é o EAS, feito com a primeira urina da manhã por conta da concentração. Ela é avaliada para saber se há alterações, verifica a cor, pH, elementos normais e anormais presentes nela.
Antes de coletar, deve ser feita a higiene da área e desprezar o primeiro jato de urina.
Após esses passos, colete a urina em um pote estéril e leve ao local de destino (hospital ou clínica) em até duas horas. Ao receber o resultado com alterações incompatíveis com os aspectos normais, o médico irá solicitar outro exame.
O exame é chamado de urinocultura, onde você deve fazer xixi dentro de um pote estéril cedido pelo hospital ou comprado facilmente em uma farmácia. Ao ser entregue no local solicitado, irá para o laboratório e será analisado em microscópico para detectar uma possível bactéria.
Através dessa detecção, que o médico consegue recomendar o melhor remédio para combatê-la. Pode ser solicitado um hemograma, para dimensionar a gravidade da infecção, pois esse é um exame que mostra a quantidade de leucócitos, creatinina e ureia.
Esse é o padrão de exames seguidos em hospitais, mas também existe o exame de urina de 24 horas, que averigua as funções dos rins, é indicada para outras causas como a pré-eclâmpsia.
Ainda existe a possibilidade de fazer exames de imagem, se acometer os rins é necessário identificar se há algum cálculo ou anormalidade na região.
Como é o tratamento da infecção urinária na gravidez
A partir do exame, o médico escolhe o medicamento que combate a bactéria detectada e que seja compatível para tratamento de mulheres gestantes. Junto com a recomendação medicamentosa, indicará a mudança de hábitos alimentares e também higiênicos se necessário, para evitar nova contaminação.
O antibiótico costuma ser indicado de sete até catorze dias, e não se deve usar a mais ou menos que o indicado, pois, se não fizer o tratamento corretamente, pode causar uma resistência e piora da infecção.
Os sintomas são amenizados logo nos primeiros dias em casos de cistite, mas se acometer outras estruturas, pode demorar mais tempo.
Analgésicos ou anti-inflamatórios podem ser associados aos antibióticos, para combater a dor e outros tipos de desconforto.
Lembre-se que esse é um tratamento para estágios iniciais. Em casos mais graves que atingem estruturas mais distantes como os rins, a grávida pode ser internada e receber as medicações de forma intravenosa.
Se mesmo com o tratamento surgirem outros episódios repetidamente, deve ser investigado e avaliado a causa. Não se automedique, pois não é qualquer remédio que pode ser utilizado nessa situação para amenizar os sintomas.
Quais os alimentos prejudiciais para infecção urinária na gravidez
Quando se está em uma situação desfavorável, os maus hábitos alimentares prejudicam a sua recuperação. Alimentos com excesso de açúcar (bolos, refrigerantes e doces), produtos industrializados, enlatados e alimentos feitos com farinha branco enfraquecem o seu sistema imune.
Alimentos com alto teor de gordura também não são recomendados, pois são pobres em nutrientes, além de permitirem a fácil instalação de microorganismos e reincidência da doença.
Evite ao máximo esses alimentos e substitua por refeições mais leves. Não deixe de ingerir bastante líquidos como sucos e principalmente água. Essa é uma fase especial e de muitos desejos, mas pode ser equilibrada, pois não é obrigatório eliminar da sua dieta o que mais gosta de comer, apenas diminuir a quantidade e frequência.
O período gestacional precisa de uma atenção redobrada em relação à nutrição. Um acompanhamento com uma nutricionista é fundamental para prevenir doenças e desconfortos futuros.
Manter a alimentação adequada ajuda a controlar o ganho de peso, manter o sistema imunológico em bom funcionamento, ter certeza que a mãe e bebê estão bem nutridos.
Os Médicos também costumam inserir suplementos ao decorrer do desenvolvimento gestacional, os mais comuns são: ácido fólico, vitamina D, vitamina B12 e ômega 3.
Uns são inseridos desde o início da gravidez e outros são acrescentados conforme a necessidade.
Dicas de prevenção da infecção urinária na gravidez
Prevenir a infecção urinária na gravidez é possível com mudanças simples no seu dia a dia.
Troque calcinhas de tecido sintético pelas de algodão, para que as partes íntimas recebam uma ventilação adequada, pois os microorganismos escolhem ambientes quentes e úmidos para se proliferarem.
Aumente o consumo de água, além de hidratar seu organismo ajuda a tratar e prevenir futuros episódios. A água e alimentos diuréticos aumentam a vontade de urinar, logo impede que essa bactéria permaneça em seu corpo por mais tempo e auxiliam na eliminação.
Mude seus hábitos alimentares e insira alimentos com nutrientes mais saudáveis. Troque produtos industrializados por verduras, frutas e legumes frescos.
Alimentação é o principal pilar para manter a imunidade em dia e livre de complicações na saúde. Probióticos também são bem-vindos, quando indicados por um especialista para fazer a manutenção de bactérias boas no intestino.
Procure fazer compras no mercado com uma lista feita anteriormente. Tenha o planejamento das refeições da semana e veja como pode mudar o preparo para que não enjoe de comer a mesma receita.
Ao urinar ou evacuar, faça a higienização correta, sempre da frente para a parte de trás, e nunca o caminho reverso. Higienize as partes íntimas (área externa) durante o banho e após o sexo, inclusive o períneo. Não prenda o xixi, todas às vezes que estiver com vontade de urinar esvazie toda a bexiga.
Essas são as principais dicas para as gestantes que estão em tratamento ou desejam prevenir a infeção urinária na gravidez. Coloque em prática e veja os resultados!