Saiba tudo sobre o primeiro mês de gravidez
Um dos períodos mais alegres na vida de uma mulher, o primeiro mês de gravidez é o mais delicado de todos. Além da mãe ter vários sintomas incômodos, este período é marcado pelos riscos.
Portanto, é muito importante a frequência de cuidados médicos e a manutenção de hábitos saudáveis para que a gestação seja tranquila. É neste momento que as mudanças mais impactantes para o desenvolvimento do embrião acontecem. Continue a leitura do artigo e aprenda tudo sobre o primeiro mês de gravidez.
O que acontece no primeiro mês de gravidez?
Neste primeiro momento, é iniciada a divisão celular, em que o óvulo fecundado vira embrião. Há a formação do tubo neural, que origina o sistema nervoso central e o cérebro do bebê, além de outros níveis de células que desenvolverão as demais estruturas.
O bebê fica preso no útero e envolto pelo saco gestacional, que defende o neném contra infecções ou choques, além de ser encarregado de produzir a bolsa amniótica e a placenta.
Corpo da mulher com um mês de gravidez: como está a barriga
Devido às alterações hormonais, o corpo da mãe enfrenta várias mudanças. O primeiro sintoma percebido é o atraso menstrual, que geralmente mostra o indício de gravidez, porém, outros sintomas são característicos do primeiro mês de gravidez. Conheça todos abaixo:
- Enjoos;
- Câimbras abdominais (assemelha-se a cólica menstrual);
- Inchaço;
- Sensibilidade nos seios;
- Mudanças no humor;
- Dores na região lombar;
- Alteração do paladar.
- Sonolência.
- Fadiga;
- Acne;
- Pequenos sangramentos;
- Necessidade de urinar com maior frequência;
- Desejos alimentares;
- Dores de cabeça.
Nem todas as mulheres apresentam esses sintomas durante a gestação, sem falar que podem ocorrer em intensidade e frequência diferentes, a depender de cada pessoa. Do mesmo jeito, a gravidez sem apresentar sintomas é normal e não deve ser sinal para preocupação.
O atraso na menstruação logo alerta a mulher sobre a possibilidade de estar grávida, porém, pequenos sangramentos também são sintomas de fecundação. Isso se deve à fixação do ovócito no útero, que pode gerar uma pequena quantidade de escape de sangue, geralmente na cor rosada.
Já o sono excessivo e a tontura acontecem devido à pressão arterial baixa, da glicose em níveis baixos no sangue, e de disfunções alimentares devido aos enjoos frequentes.
Como está o embrião no primeiro mês de gestação?
No final deste primeiro período, o rosto deve começar a tomar forma, com olhos no formato de grandes bolas pretas e o início do desenvolvimento da boca, do maxilar e da garganta. As células do sangue começam a se formar e a circulação sanguínea também.
Como está seu desenvolvimento?
Conhecida como fase mórula, é neste primeiro mês de gravidez que acontecem mudanças decisivas para o desenvolvimento do embrião. Ocorre, constantemente, a multiplicação celular para a construção dos tecidos e dos órgãos vitais do bebê. Logo em seguida, há a formação do ovócito, formado pelo embrião, saco amniótico e placenta.
É nesse momento que o embrião começa a produzir o cordão umbilical, por onde o bebê obtém as substâncias e a respiração necessárias para o crescimento saudável. No fim da quarta semana é possível verificar a formação do coração.
Qual o tamanho do feto?
No final da quarta semana o embrião atinge, em média, dois milímetros e meio de extensão e tem o peso de dois gramas. Assemelha-se às medidas de um grão de arroz ou de uma semente de papoula.
Quais os principais exames de pré-natal no primeiro mês de gestação?
Neste primeiro momento não existe um exame específico para verificar a saúde do bebê, pois, o embrião só começou o seu amadurecimento. O que o médico pode pedir são alguns exames para avaliar a saúde da mamãe, a fim de detectar possíveis doenças que possam prejudicar a gestação.
Exame para detectar a gravidez
Além dos testes de farmácia para a confirmação da gravidez, a mulher também pode fazer o exame de sangue e de urina para detectar o hormônio beta HCG. Ele mede o nível deste hormônio liberado pela placenta e costuma ser mais confiável.
Caso dê negativo no primeiro mês gravidez, vale à pena repeti-lo no segundo, pois o nível de hormônio liberado pode não ter sido o suficiente para ser detectado pelo primeiro exame.
Durante a primeira consulta
O obstetra deve fazer exames clínicos para verificar a pressão do sangue, o nível de batimentos cardíacos, a altura, o peso, a presença de varizes e a circunferência abdominal. Todas essas medições deverão ser anotadas na cartilha da grávida para a conferência em futuras consultas.
Ecografia obstétrica
Este exame detecta com precisão o tempo certo de gravidez e a previsão de quando será o parto. Em mulheres com períodos menstruais regulares, a datação da gravidez é feita a partir do início da última menstruação. Mesmo assim, é recomendável fazer uma ecografia obstétrica precoce, principalmente em mulheres com menstruação irregular.
Ele é um exame de imagem que permite verificar, por ultrassom, o feto dentro do útero e verificar a sua condição. Pode ser feita por via transabdominal, em que a sonda passa por cima da barriga da grávida, ou por meio transvaginal, introduzida na vagina. Em ambos os casos, a escolha depende do tempo de gestação.
Ela é necessária para se observar a placenta, o embrião e se a gravidez se instalou no útero. Existem casos em que a gravidez se desenvolve fora do útero, onde o embrião se prende nos ovários ou nas trompas, o que é um risco.
Exames de rotina
Após a confirmação da gravidez, o médico solicitará alguns exames de rotina para verificar a saúde da mãe e se a gravidez é viável. São eles:
- Exame de urina – deverá checar o nível de proteínas, glicose, glóbulos brancos e bactérias;
- Exame de sangue – para identificar o tipo sanguíneo da mulher e do bebê e o RH (a fim de verificar se há incompatibilidade sanguínea), presença de anemia, deficiência de vitamina D e imunização para algumas doenças. Deverá pesquisar ainda anticorpos que podem afetar a evolução do bebê, se há presença de infecções, câncer, doenças crônicas ou risco de aborto;
- Mapeamento genético – este teste verifica se há predisposição para algumas doenças genéticas comuns. Devem ser testados a grávida, o pai e alguns familiares. Se a suspeita confirmar, o médico deve acompanhar de perto o desenvolvimento da possível doença a fim de minimizar os efeitos negativos;
- Teste DST – o médico deverá pedir exame para doenças sexualmente transmissíveis, como hepatite B, sífilis, gonorreia, clamídia, herpes e HIV;
- Exame Papanicolau – o médico colhe uma amostra de células da vagina (com a ajuda de um cotonete longo e uma ferramenta chamada espéculo) para verificar se há o desenvolvimento anormal de células cervicais.
- Quantidade de açúcar no sangue – deverá ser prescrito caso a paciente teve histórico de diabete em gestações anteriores ou se tem um alto risco de desenvolver diabete gestacional (se tem histórico familiar, por exemplo). Ela pode levar a necessidade de se fazer uma cesárea, além de desenvolver várias complicações;
- Pressão arterial – um dos problemas que a pressão alta pode gerar durante a gravidez é a pré-eclâmpsia, que pode ser um risco de vida da gestante.
- Teste de rubéola – caso a grávida esteja com o vírus da rubéola, o bebê pode ser infectado. Porém, se o exame mostrar anticorpos contra este vírus, quer dizer que a mulher está vacinada.
Nesse período o médico deve passar alguns suplementos para auxiliar no desenvolvimento sadio do feto. O ácido fólico, por exemplo, é uma vitamina que ajuda na formação do tubo neural, de tecidos e da produção e crescimento das células.
É recomendado, porém, evitar a ingestão de medicamentos ou de suplementos não prescritos pelo médico. Além disso, deve-se ter uma alimentação saudável e eliminar cigarro e bebidas alcoólicas, a fim de reduzir problemas durante a gravidez e beneficiar o bebê com um desenvolvimento sadio.
Como deve ser a primeira consulta de pré-natal?
Assim que a consulta estiver agendada, a grávida deve se preparar para ter em mãos todas as informações necessárias e tirar o máximo de proveito deste primeiro contato com um especialista.
O médico deve fazer algumas perguntas sobre o histórico da paciente, então é necessário levar todos os exames antigos que a grávida já tenha feito. Conheça abaixo quais são as principais informações sobre o primeiro mês de gravidez e que a grávida precisa levar para a primeira consulta:
O histórico médico
Nesse período o médico deve orientar sobre o esquema vacinal da grávida, além de perguntar sobre doenças pré-existentes, se a mulher já fez cirurgias ou se há alergias.
Histórico de doenças mentais
O médico deve ficar ciente se a mãe já apresentou depressão, ansiedade ou outra desordem mental.
Histórico ginecológico
O obstetra deve perguntar sobre a idade da primeira menstruação, detalhes sobre o ciclo menstrual, se já teve doenças ginecológicas, cirurgias ou síndrome do ovário policístico (SOP).
Histórico de gravidez
Nesse momento o médico vai perguntar se já houve gravidez anterior, incluindo complicações durante este período, abortos e problemas durante o parto.
Potencial exposição a vírus
Fale sobre qualquer possível exposição a doenças contagiosas, se a mulher trabalha em ambiente insalubre (como hospitais) ou tenha viajado para locais com epidemias.
A mulher deve procurar um médico de confiança logo nos primeiros sintomas de gravidez a fim de cuidar da sua saúde, além de verificar a viabilidade da gravidez, complicações e doenças preexistentes. Na ansiedade de ir para a primeira consulta, muitas mães esquecem de tirar algumas dúvidas.
A orientação, portanto, é anotar em uma folha de papel todas as dúvidas que surgirem com antecedência e levar consigo para não deixar nenhuma dúvida passar.
A grávida deve falar sobre os medicamentos que toma, além do histórico de doenças dos seus pais, pois podem aumentar o desenvolvimento de doenças hereditárias. O obstetra pode prever ainda o tempo oficial de gestação, fundamentado no período da última menstruação e no dia em que o bebê foi concebido, caso a grávida tenha anotado esses dias.
No final da consulta o médico vai poder prescrever vitaminas e exercícios físicos benéficos para grávidas, além de uma dieta balanceada. Ele explicará sobre testes adicionais que a grávida pode fazer, principalmente se houver disposição para doenças genéticas preexistentes.
Deverá informar ainda sobre a periodicidade das consultas pré-natais e futuros exames.
Caso a grávida não confie ou se sinta confortável com este primeiro médico, ainda vai ter tempo de procurar um outro especialista que a acompanhe por todo o período pré-natal. O importante é que a grávida se sinta bem assistida e que todas as dúvidas sejam sanadas.