Saiba as consequências do uso de cannabis na gestação
Muitos estudos da área de saúde já revelaram que o uso da cannabis na gestação não é seguro no primeiro trimestre. O estudo publicado na revista médica Jama Psychiatry relatou que o consumo da maconha durante o período da gravidez tem relação direta com o aumento do desenvolvimento de comportamentos psicóticos em crianças.
A cannabis é atualmente a substância considerada ilícita mais consumida por mulheres grávidas. Mesmo assim, informações sobre o consumo dessas gestantes ainda são limitadas e com números abaixo da realidade.
O que o uso de cannabis na gestação pode causar ao bebê?
Uma gravidez pode mudar para sempre a vida de uma mulher e por causa disso, as gestantes se vêm contra um muro de emoções, angústias e medos relacionados a diversos fatores, como por exemplo, uma possível perda do bebê, da parceria e da autonomia que tinha antes da gravidez. É nesse período também que tabus e mitos podem resultar em danos irreversíveis a qualidade de vida da gestante.
Para algumas mulheres que já exerciam o consumo de cannabis antes da gravidez, o novo período pode representar uma pausa na consumação com o intuito de proteger ao máximo a saúde de seu bebê e a sua própria. Porém, de acordo com estudos, algumas mulheres só conseguem parar com o consumo de cannabis tardiamente, ocasionando muitos problemas ao bebê, alguns dos mais presentes nessa situação foram:
- Partos de prematuros
- Deslocamento prematuro da placenta
- Internação em UTIs após o parto
Uma publicação nos Estados Unidos feita pelo Substance Abuse and Mental Health Services computou um possível aumento do consumo de cannabis entre mulheres. Dentre as 467 mil mulheres com idades entre 12 a 44 anos, 12,1% fumaram no primeiro trimestre da gravidez, o estágio mais sensível da gravidez para o bebê.
É preciso de mais estudos para determinar de forma efetiva todas as consequências que a maconha provoca no organismo de bebês e crianças. Mesmo que a substância seja legalizada em alguns países, como por exemplo o Canadá, isso não significa que seja seguro para grávidas e lactantes.
O que tem levado mais mulheres a consumir maconha na gravidez?
É possível entender esse consumo das gestantes pelo fato do estresse e dificuldades que a gravidez pode ocasionar. O uso de cannabis na gestação é feito por causa do relaxamento que ele proporciona, assim como o alívio imediato de náuseas e dores.
Mulheres que já eram dependentes da maconha antes de engravidarem também não conseguem parar o uso durante o período de 9 meses, mantendo um consumo quase que frequente.
Qual o perfil da maioria das usuárias?
É muito difícil determinar um perfil exato das mulheres que fazem uso de cannabis durante a gestação, pois a maioria delas não revelam com exatidão a quantidade que faz consumo. Isso se dá pelo medo de julgamentos e punições. A grande maioria não contam nem para profissionais da área de saúde, mesmo que a grávida tenha em mente os prejuízos à saúde do feto.
Se sabe até o momento que a maioria das usuárias faz parte de um perfil com abandono escolar, baixa renda e desemprego. Além disso, a faixa etária que os estudos mostram é de menores de 14 anos e de perturbações mentais.
É possível afirmar que no mundo inteiro pode haver de 3 a 10% de gestantes que usam a cannabis. Esses estudos são feitos por meio de coleta de informações em entrevistas realizadas com as mulheres. Afirma-se que essas mulheres também recorrem a cigarro e bebidas alcoólicas.