Caracterizado como um acontecimento incomum, a gravidez ectópica atinge cerca de 5% do total de gestações. Sua existência pode representar um risco à saúde da mãe, e também inviabiliza o desenvolvimento do feto, que sem os suprimentos adequados de sangue e nutrientes, não costuma passar da 16ª semana.
Receber a notícia de um teste positivo de gravidez é, certamente, uma das mais intensas experiências na vida de uma mulher. Contudo, antes mesmo que ela possa lidar com as mudanças que essa novidade trariam para sua vida, ela pode descobrir que a gestação ocorre fora do útero. Esse é o caso de uma gravides ectópica, também conhecida como “gravidez nas trompas”.
Se isso acontecer, é importante ter o acompanhamento médico adequado, além de todo o apoio emocional dos membros da família, pois pode ser um período muito delicado para a mulher, sobretudo se ela desejava e planejava essa gravidez.
Veja a seguir mais detalhes sobre o que é uma gravidez ectópica, como é feito o diagnóstico, quais os sintomas, quem tem mais chance de desenvolver essa condição e se é possível engravidar após esse episódio.
O que é gravidez ectópica?
O próprio termo “ectópica” faz referência a algo que está mal posicionado, isto é, fora do lugar. No caso da gravidez ectópica, o que está fora da posição ideal é o próprio embrião. Ao invés de ser implantado no útero, como é o esperado, o óvulo fecundado fixa-se em outra região, como, por exemplo, uma das trompas.
Em cerca de 95% por cento dos casos de gravidez ectópica, a fixação do embrião ocorre nas trompas, o que leva a condição a ter o apelido de “gravidez nas trompas”. Mas também pode acontecer no colo do útero ou na própria cavidade abdominal.
Com essa fixação errada, ao feto não são garantidos todos os nutrientes e a circulação de sangue necessário para seu desenvolvimento. Por isso, esse tipo de gestação costuma ser encerrada antes da 16ª semana.
Como é feito o diagnóstico da gravidez ectópica?
Para realizar o diagnóstico, o médico faz primeiro uma ultrassonografia, como a transvaginal. Através desse exame, é possível visualizar onde o feto está posicionado. Caso não dê para ver a estrutura celular se desenvolvendo no útero, abre-se a hipótese de uma gravidez ectópica.
Com isso, o médico pode pedir um novo exame no período de uma ou duas semanas. Além da transvaginal, é possível reforçar o diagnóstico com tomografia ou outros exames ginecológicos.
Quais são os sintomas da gravidez ectópica?
A gravidez ectópica nem sempre é fácil de diagnosticar, pois os sintomas iniciais são basicamente os mesmos de uma gestação normal. No entanto, se ocorre o rompimento da trompa e de alguns vasos sanguíneos, os sintomas mais típicos que surgem, são:
- Febre;
- Palidez;
- Frequência cardíaca aumentada;
- Escápula dolorida.
Todos esses sintomas estão relacionados com o rompimento dos vasos, que causam uma hemorragia interna. O sangue pode ir para a cavidade abdominal, o que gera dores muito fortes nessa região.
Qual é o tratamento para a gravidez ectópica?
Uma gravidez ectópica pode ser tratada com medicamentos, mas também por via cirúrgica, como uma videolaparoscopia ou laparotomia, para retirada da placenta. O tipo de tratamento depende da avaliação médica, que sempre prezará pela vida da mulher.
Quem pode desenvolver uma gravidez ectópica?
Há um grupo de mulheres que precisam ter mais cuidado, pois são mais suscetíveis a uma gravidez ectópica:
- Mulheres inférteis e que precisam de FIV;
- Mulheres que já passaram por cirurgia tubária;
- Mulheres que usam DIU;
- Mulheres com endometriose;
- Mulheres que fumam habitualmente;
- Mulheres que já usaram pílula do dia seguinte.
Dentro desse grupo também estão incluídas aquelas que já tiveram uma gravidez ectópica.
Posso engravidar depois de uma gravidez ectópica?
Felizmente, é possível a mulher engravidar mesmo após um episódio de gravidez ectópica. Mas o que influencia o sucesso da próxima gravidez é o estado das trompas. Se a mulher tratou-se com medicamento, é preciso verificar se as trompas estão saudáveis.
Ainda que tenha feito cirurgia para cortar uma das trompas, é possível engravidar através da trompa restante. Portanto, uma gravidez ectópica não significa uma impossibilidade de gerar um bebê.
Em uma gravidez ectópica, a principal decisão da mulher é buscar acompanhamento e fazer o tratamento o mais rápido possível. Assim, esse período difícil passa mais rápido, com mais segurança e, caso haja o sonho da gravidez, a mulher deve seguir com acompanhamento médico para verificar a saúde do sistema reprodutor antes de tentar de novo.
