Durante o processo de gestação, o cordão umbilical exerce funções muito importantes para o desenvolvimento do feto. É ele que estabelece a ligação entre o bebê e a placenta e que garante que nutrientes dos mais variados tipos cheguem até ele, além de ser responsável também por trocas gasosas fundamentais, como o fluxo de oxigênio e gás carbônico, por exemplo.
Normalmente, o cordão umbilical possui uma estrutura interna formada por uma veia (por onde chegam o oxigênio e os nutrientes) e duas artérias (caminho por onde são eliminados alguns elementos). No entanto, é possível que ele apresente uma configuração diferente, contando com apenas uma artéria. Essa condição é chamada de Artéria Umbilical Única (AUU).
AUU – Arteria Umbilical Única: é rara ou comum
A AUU, apesar de ser um estado que faz o cordão umbilical ter uma composição diferente da normal, é bastante comum. Na verdade, é uma condição que está entre as mais comuns de serem detectadas durante a gestação. E essa identificação acontece normalmente por meio de exames de ultrassom fetal, também conhecido como ecografia e, no geral, na AUU, a artéria que está ausente é a da esquerda.
A origem do problema ainda não é algo totalmente conhecido, mas os estudiosos acreditam que existem diferentes fatores que podem contribuir para isso. Pode ser por causa da agenesia (quando a segunda artéria não é formada durante o desenvolvimento inicial do feto) ou em razão da atrofia (quando a segunda artéria é formada, mas desaparece).
Outra forma de explicar a questão é que a AUU embrionária, que normalmente é temporária, não desaparece como deve ser feito e acaba evoluindo para a AUU.
A AUU é mais detectada em fetos que nascem mortos, mas os que são concebidos com vida também podem apresentar o problema. Dados da literatura médica apresentam variações sobre a incidência dela, mas pode-se dizer que isso gira em torno de 0,2% a 1,6% em fetos euplóides e entre 9% e 11% entre os aneuplóides.
Quais os riscos para bebê identificado com Arteria Umbilical Unica?
Estudos mostram que a incidência da AUU, por si só, não oferece grandes riscos à saúde do bebê. O que pode acontecer é uma pequena redução no peso da criança na hora do nascimento ou uma alteração na idade de nascimento. Mas, no geral, a condição não é suficiente para afetar efetivamente o bem-estar do bebê
Qual procedimento na descoberta da AUU?
Caso seja detectado a AUU no exame de ultrassom, é importante fazer análises mais detalhadas sobre a possível existência de outros problemas. Algumas outras malformações congênitas podem estar associadas à presença da AUU, dessa forma, é fundamental fazer uma avaliação anatômica detalhada do feto para a possível detecção e resolução delas.
Condições de malformações congênitas em diferentes sistemas do organismo costumam ser percebidas em casos de fetos com AUU, apesar de ainda não ser possível traçar um padrão específico desses quadros. Essas malformações costumam ser, principalmente, do tipo geniturinárias e cardíacas, com algumas incidências também de anomalias renais.
Alguns estudos específicos ainda sugerem que pode haver a ligação entre a Artéria Umbilical Única e a Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU), uma outra condição que afeta diretamente o desenvolvimento físico do bebê no útero e pode gerar problemas específicos após o nascimento.
Esse vínculo ainda precisa ser mais estudado e entendido, mas, por segurança, pode ser necessário fazer também uma ultrassonografia no terceiro trimestre de gravidez para observar se o desenvolvimento do feto está correto.